quarta-feira, 13 de julho de 2016

#Laranja Mecânica – Anthony Burgess

Olá Galera,

E hoje temos resenha da colunista Nathalia, vamos conferir:

(Com material inédito e ilustrações de Dave McKean, Oscar Grillo & Angeli)
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Título: Laranja Mecânica
Autor/a: Anthony Burgess
Editora: Aleph
Páginas: 352 

Minha experiência com esse livro foi um completo acaso. Já conhecia o enredo, porém a ideia de lê-lo ainda não tinha estralado na minha cabeça. Mas, como nem tudo na vida é o que planejamos, em um passeio pela livraria descobri essa edição de Laranja Mecânica lindíssima (separei algumas fotos para mostrar no final dessa conversa).

“Pois estão na essência daquilo que nos define como seres humanos: a capacidade de discernimento e a liberdade de escolha.” (pg. 9)

A obra vai acompanhar a vida de Alex (narrador). Alex é o líder de uma gangue de meninos (entre os 13/15 anos) que, na madrugada, sai pela cidade praticando atos de vandalismo e violência. Esse grupo sempre vai a um bar e toma o que eles chamam de Moloko (uma mistura de leite e alguma droga alucinógena) e depois de estarem sob o efeito dessa droga praticam o que eles chamam de ultraviolência. Esses atos de terror não são nada leves para a idade deles, alguns de seus passeios o levam a, por exemplo, estuprar coletivamente uma garotinha de 10 anos ou a assaltar a casa de uma velinha que acaba sendo morta.

“Isso vez o vekio gemer muito na hora, e foi aí que brotou o sangue, meus irmãos, muito lindo.” (pg. 49)

E olha que eu apenas citei dois exemplos e, sendo o livro dividido em três partes, uma é exclusivamente sobre as narrativas das aventuras de Alex e sua gangue. Aí você pode estar pensando que esse livro é um absurdo, ultrajante, deveria ser banido da face da Terra, calma não é bem assim. Na verdade a história vai se mostrar genial.

No decorrer de suas andanças, Alex será traído por um de seus companheiros sendo preso e condenado por suas atrocidades.

“Eu estava condenado. E só tinha quinze anos.” (pg. 130)    

Porém, na sua cede de se livrar da cadeia, ele acaba sabendo que se o prisioneiro se voluntariar para uma nova técnica de punição (denominada Técnica de Ludovico) ele sai da prisão em poucos dias. Sem pensar duas vezes, nosso protagonista vai se submeter a essa técnica. 

O narrador vai estabelecer um diálogo constante com o leitor, que será chamado de “irmão”. Além de usar gírias (neologismos, uma mistura do russo com o inglês). Calma, vamos ter acesso a um glossário no final do livro, no entanto, se você insistir na leitura sem recorrer a esse glossário (como o próprio autor sugere que façamos) vamos compreender naturalmente cada termo usado pelo grupo.
  
Essa edição vai trazer vários textos de apoios (e confesso que agora que estou lendo outros livros sempre procuro textos de apoio). Vamos descobrir, por exemplo, que este livro foi uma tentativa que o autor achou para ganhar dinheiro e deixar sua família bem suprida, pois o médico o havia diagnosticado com uma doença degenerativa, havendo poucos anos de vida. Entretanto, felizmente, o diagnóstico foi equivocado e ele viveu mais quarenta anos.

Outra descoberta lendo os textos de apoio são que em nenhum momento o autor havia pensado que seu livro teria uma grande importância (se tornado mais tarde um marco para a literatura mundial) e não havia planejado nenhum dos grandes pontos que se pode levantar através da leitura desse exemplar. Quais são esses pontos? Já vou esclarecer o(a) leitor(a).

O primeiro é que com a Técnica de Ludovico se baseia em associar as ações praticadas pelo detento a sensações ruins (enjoos, tonturas e aversão). Os cientistas aplicam injeções para que a vítima se sinta enjoada e depois amaram-na numa cadeira e pregam seus olhos com pinças para que ele não consiga desviar o olhar de um pequeno filme de ultraviolência. O autor ressalta que mais vale a personagem praticar ultraviolência por livre e espontânea vontade do que fazer algo bom por meio de indução de uma lavagem cerebral.  

Outro ponto é a Teoria do Pendulo, ou seja, se na primeira parte Alex estava totalmente voltado para seu lado ruim (o que o autor não aprova), na segundo parte ele se volta (forçadamente) para seu lado bom, o que também não é aprovado pelo autor. Ou seja, a tese de Burgess é essa repulsa pelos extremos.

Recomendadíssimo esse livro e edição impecável. Vocês sabem que sou muito sincera quanto ao trabalho das editoras e sobre minhas opiniões de leitura. Por isso, acredito que quando um trabalho é bem feito ele deve ser parabenizado, assim, parabéns a editora Aleph pelo trabalho muito bem feito, além de linda essa edição está muito completa e impecável nos quesitos revisão e tradução.
Vamos às fotos, finalmente haha:





Bom é isso, espero que vocês tenham gostado, deixe seu comentário e até o próximo bate-papo ;)


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2 comentários :

  1. oi flor, só vi o filme para a faculdade e confesso que achei meio forte, não sei se encararia a leitura da história original

    http://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/

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  2. o filme em si é intrigante e forte, acredito que o livro siga a mesma linha então não estou muito segura de lê-lo
    http://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/

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